O que você diria se soubesse que 59% dos homens traem suas parceiras por insatisfação emocional? E se 88% deles dissessem que a amante não era mais bonita nem mais interessante que sua mulher? Ou ainda que 40% da infidelidade masculina têm origem no local de trabalho?
Estas estatísticas sobre os principais motivos da traição masculina foram apuradas no levantamento feito pelo psicólogo e terapeuta de casal, Gary Neuman, com 25.500 homens nos EUA. O especialista americano percebeu a necessidade de saber diretamente dos homens ‘O que os leva à traição?’, que resultou no livro ‘The Truth About Cheating’ (A verdade sobre a traição, em inglês), lançado nos Estados Unidos, em 2009, ainda não publicado no Brasil.
Das informações apuradas por Gary Neuman, a que mais chamou a atenção da psicóloga mineira, Cristina Santos, terapeuta de casais, foi a declaração de alguns homens que traíram por se sentirem pouco valorizados ou ‘invisíveis’ diante da parceira. “O que me intrigou no estudo americano foi identificar o alto índice de traição por descontentamento emocional e não sexual, como muitos podem pensar. Normalmente, no consultório, observo as mulheres sofrendo, feridas em sua auto-estima com a traição, mas presas em crenças e dúvidas, sem conseguir saber qual a parte que lhes cabe e o que fazer”, avalia Cristina.
Após estudar em profundidade o assunto, e validada por estatísticas apuradas em sua experiência no consultório, Cristina Santos preparou uma palestra especial para despertar a atenção e orientar as mulheres mineiras sobre o assunto. Com o tema ‘Traição Masculina’, a palestra será realizada no dia 18 de setembro, entre 13h30 e 17h30, no Auditório do Edifício Nair Fernandes, Rua Desembargador Jorge Fontana, 408/ 3º andar – Belvedere, em Belo Horizonte.
“O objetivo da palestra é promover a informação dos dados colhidos pela pesquisa, dando voz ao homem para falar de suas insatisfações e o que ele deseja no seu relacionamento com sua parceira. Com esta reflexão quero mostrar que outros fatores como falta de comunicação, de admiração, desvalorização do parceiro, envolvimento com grupos de amigos infiéis, disputa, também contribuem para afastar os casais e podem levar a uma traição”, alerta Cristina.
A pesquisa - O levantamento americano que embasou os estudos da psicóloga Cristina Santos tem outras descobertas interessantes sobre o universo da infidelidade masculina. Os principais tópicos da pesquisa americana serão abordados por ela na palestra.
A necessidade de intimidade foi relatada pelos entrevistados, que afirmaram que traíram suas parceiras quando se sentiram pouco importantes ou desconectados delas. “Olha a falta de cumplicidade emocional presente nesta constatação. Os homens precisam ser valorizados por suas atitudes, por suas iniciativas e vitórias. Eles gostam deste reconhecimento da mesma forma que as mulheres precisam de elogios para suas conquistas, seu trabalho, seus esforços, suas roupas, seu novo corte de cabelo, seu cuidado com a casa etc”, avalia Cristina.
Uma curiosidade entre os entrevistados foi o alto índice de traição por convivência ou influência de amigos descompromissados, mulherengos e infiéis: 77% dos homens que traem tinham um amigo próximo que também tinha pulado a cerca. “Neste tópico é importante destacar uma questão. Não é necessário proibir a pessoa de conviver com seus amigos, mas é melhor estar em um ambiente onde a ética é ser leal. Muito depende da maneira como a pessoa escolhe ser e viver, mas é preciso lembrar que certas amizades e locais estimulam a traição”, destaca Cristina.
Outro ponto que merece a atenção é o fato de que alguns homens declararam que traem suas companheiras com mulheres colegas de trabalho. “Como a convivência profissional é intensa e as pessoas passam muitas horas trabalhando juntas é comum que exista intimidade entre os colegas, que eles desabafem uns com os outros, que troquem confidências, que se apóiem. Isto é um passo para a traição quando as relações não estão fortalecidas”, reforça Cristina.
Olho no olho - O assunto traição nos relacionamentos sempre será polêmico. Cada casal tem seu código de conduta e o que é errado para um pode não ser para outro. O importante é que exista sempre conversa franca com o parceiro, com respeito, olho no olho e dedicação para que a relação se fortaleça diariamente. “Uma traição pode abalar a confiança que a parceira tem nela mesma como mulher, como amante, além de questionar a relação de intimidade construída pelo casal no período em que estão juntos. Um relacionamento é mantido por combinados, sentimentos, crenças, construções e muito, muito mais, e quando rompidos causam muitos estragos. Por isto os casais precisam avaliar suas atitudes e posturas para serem leais com seus acordos. A deslealdade é pior que a infidelidade”, conclui Cristina.
Para incentivar os casais a se cuidarem, a psicóloga Cristina Santos vai apresentar durante a palestra o projeto de oficinas criadas para fortalecer e melhorar a vida dos casais. Os encontros serão quinzenais, com grupos de até 10 pessoas, podendo ser somente a mulher ou o homem, onde serão realizadas dinâmicas, práticas terapêuticas e estudos de casos.
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