Em meio as comemorações do aniversário de 400 anos de seu nascimento (marcado no último dia 10 de setembro), o Museu Louis Jacques Brunet promove a mostra “Georg Marcgraf: O cientista natural da comitiva de Nassau”, em parceria com a Fundação Gilberto Freyre, até o final deste mês de setembro. A iniciativa, que integra a IV Primavera dos Museus, é uma das atividades do projeto Brasil-Alemanha/ Ano da Ciência 2010, que conta com o patrocínio do Consulado Geral da Alemanha no Recife, com a proposta de promover a importância da atividade científica, a cultura e o conhecimento da ciência, trazendo em evidência um pouco da obra deste expoente alemão, reconhecido mundialmente como cientista natural, que integrou a comitiva de Maurício de Nassau, na primeira metade do Século XVII.
Entre os principais destaques dessa exposição está grande contribuição através do seu trabalho em retratar a fauna, flora e geografia brasileira em obras raras como Historia Naturalis Brasiliae (1648), juntamente com seu mentor Willem Piso, uma importante publicação presente hoje no Recife no acervo do Instituto Ricardo Brennand. O trabalho apresentado na Fundação Gilberto Freyre é composta por telas que ressaltam alguns dos elementos da nossa beleza botânica, descobertos e identificados pelo estudioso alemão, em telas ilustrativas e informativas deste importante trabalho. São mais de 6 telas que retram sua vida, apresentam seu trabalho e revelam importância do seu trabalho, que estudou as culturas da cana-de-açúcar e da mandioca e da fauna e flora brasileira que resultou em uma das primeiras investigações sobre plantas medicinais que se tem conhecimento.
Contemporâneo de Albert Eckhout e de Franz Post, MarcGraf foi pintor, cartógrafo, aquarelista, astrônomo, naturalista e desenhista. Nasceu em Liebstad (1610) e estudou matemática, astronomia, medicina e botânica nas universidades de Leipzig e Estrasburgo, na Alemanha; de Basiléia, na Suíça; e de Leyden, na Holanda. Em 1638, Marcgraf se mudou para Recife onde integrou a expedição científica e militar de Nassau. Aqui na cidade, permaneceu dedicando à atividade científica, até 1643, realizando um dos mais ricos trabalhos de descrição e classificação de plantas, animais, habitantes e idiomas brasileiros, além de amplo estudo das estrelas do hemisfério sul.
Por isto, recebeu a incumbência de construir o primeiro observatório astronômico das Américas para acompanhar o eclipse de 1640 na colônia de Pernambuco. Mas, o conjunto de sua obra ainda envolve diversas aquarelas (publicadas Historia Naturalis Brasiliae) e pinturas para o livro Theatrum Rerum Naturalium Brasiliae com Eckhout, Wagener e Schmalkalden, cartas e mapas da região nordestina sob o curto domínio holandês no século XVII. Neste período em que esteve com a comitiva holandesa, Marcgrave empreendeu diversas excurções de coleta e pesquisa de material vegetal, mas, infelizmente, hoje ainda são poucos os regitros mantidos sobre esse amplo trabalho realizado pelo estudioso, que muito se perdeu com o passar do tempo, como era costumde na época.
A exposição “400 anos de Georg Marcgraf: O cientista natural da comitiva de Nassau” encerra-se no final destes mês. Posteriormente, prepara-se para um processo itinerante pelo Estado, onde ainda poderá ser apreciada em Ipojuca e Gravatá ainda esta ano. A visitação está aberta ao público de segunda a sexta, das 9h às 17h, na Fundação Gilberto Freyre, através de visitas agendadas. Levantamento de informações e agendamento pode ser realizado pelo telefone (81) 3441.1733. A Fundação Gilberto Freyre fica na Rua Dois Irmãos, S/N, na Villa Santo Antonio, em Apipucos.
Sobre o Museu - O Museu Louis Jacques Brunet existe há mais de 100 anos e fica localizado no Ginásio Pernambucano, que é uma escola de referência em Educação Integral no Estado. Ele é o primeiro Museu de Ciências Naturais de Pernambuco e do Norte/Nordeste e surgiu da iniciativa do cientista Louis Jacques Brunet (naturalista francês que veio ao Recife em 1852 para estudar a fauna e flora americana), o regedor do Ginásio (chamado de Ginásio Provincial naquela época), pelo governo imperial de D. Pedro II e o Governador da Província José Alexandre Barbosa Lima.
Hoje, o Museu Louis Jacques Brunet mantém um dos maiores acervos de história natural do Estado, decorrentes dos estudos do seu grande entusiasta com mais de cinco mil peças na área de botânica, geologia e zoologia - com animais preservados sobre a técnica da taxidermia (empalhamento). Conta com o apoio do Instituto de Co-responsabilidade pela Educação e o Governo do Estado e do Consulado Geral da República da Alemanha no Recife e ainda mantém parceria com outras organizações e instituições como a SBPC/PE (Secretaria Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), o Espaço Ciência, UFRPE e a CPqAM/ Fiocruz Pernambuco.
Sobre Marcgraf - Georg Marcgraf nasceu em Liebstad, na Alemanha (1610), e faleceu em Luanda, na Angola (1644). Ele estudou matemática, astronomia, medicina e botânica em diversas universidades. Em meados de 1630, integrou a expedição científica e militar de Maurício de Nassau, como ajudante do médico Willem Piso, chegando chega a Recife, em 1638, onde permaneceu até 1643. Nesse período, dedicou-se entre outras coisas a atividade científica, classificando plantas e animais, fazendo a descrição do clima, habitantes e idiomas brasileiros e estudando as estrelas do hemisfério sul. O conjunto de seu trabalho artístico pode ser conferido ainda hoje em obras raras como Historia Naturalis Brasilae (1648), obra realizada em parceria com seu mentor Willem Piso, e Theatrum Rerum Naturalium Brasiliae, produzido com Albert Eckhout, Zacharias Wagener e Caspar Schmalkalden. Macgraf ainda é reconhecido como autor dos minuciosos mapas constantes da obra de Gaspar Barléu.
Serviço
Exposição “400 anos de Georg Marcgraf: O cientista natural da comitiva de Nassau”
Até o dia 30 de setembro
Segunda às sextas
Das 9h às 17h, mediante agendamento
Informações e agendamento: (81) 3441.1733
Fundação Gilberto Freyre
Rua Dois Irmãos, S/N, Villa Santo Antonio, Apipucos, Recife - PE
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