O clima tropical e as chuvas periódicas do início do ano favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. É nessa época que as fêmeas reproduzem, sobretudo em depósitos de água parada, no volume que acumula nas calhas e em locais sem manutenção.
Identificar a doença logo no início nem sempre é fácil. Ela começa com os sintomas de uma gripe comum: cansaço, febre alta, dores de cabeça e pelo corpo. “Mas é preciso estar alerta a sintomas específicos, como dor atrás dos olhos, vermelhidão no corpo e coceira. Havendo suspeita de dengue, o mais indicado é ir ao hospital”, orienta o infectologista Moacir Jucá, que integra a equipe do Hospital Esperança Olinda.
Um exame físico poderá detectar alguns dos sintomas. A prova do laço também é utilizada em casos de suspeita de dengue. “Ela é feita pressionando uma região do braço por cerca de cinco minutos; havendo a presença de pequenas placas vermelhas na área isolada, é grande a probabilidade do paciente estar com dengue”, relata Dr Moacir Jucá. No entanto, o diagnóstico da doença é feito através de um exame de sangue específico, chamado sorologia, feito a partir do terceiro dia da doença. Em casos mais graves, também é necessário um hemograma com contagem de plaquetas, para avaliar o risco de hemorragia.
Existem quatro tipos de dengue, uma vez que o vírus causador possui quatro sorotipos. Cada um deles só infecta o paciente uma única vez e torna a pessoa imune aquele tipo de vírus. “Ou seja, é possível que uma mesma pessoa tenha dengue até quatro vezes, sendo que a cada episódio da doença aumentam as chances de se contrair as formas mais graves”, explica o infectologista.
A dengue clássica se manifesta em um período de três a sete dias após a picada do mosquito Aedes aegypti e os sintomas podem persistir por algumas semanas. Em sua forma mais agressiva, a dengue hemorrágica apresenta os mesmos sintomas da clássica, mas com sinais de hemorragia nasal, gengival e rompimento de vasos superficiais na pele. Em casos mais raros podem ocorrer sangramentos nas vias urinárias e no aparelho digestivo. Outra complicação é a síndrome do choque, quando o quadro clínico se agrava rapidamente pela baixa circulação do sangue, podendo causar alterações neurológicas, insuficiência cardiorrespiratória, hepática e até derrame pleural. Essas alterações aparecem logo após o fim do período de febre. “Quanto mais cedo o paciente for diagnosticado, menor a chance da doença evoluir para formas mais graves”, reforça o médico.
O tratamento consiste na ingestão de líquidos para evitar a desidratação e na utilização de analgésicos e antitérmicos, exceto os que contêm ácido acetilsalicílico, pois a substância bloqueia o trabalho de coagulação das plaquetas por até oito dias após a ingestão, aumentando o risco de hemorragia. Também não é permitida a utilização de anti-inflamatórios, pois também interferem no processo de coagulação do sangue.
Combate – A única forma de combater a proliferação do Aedes aegypti é a prevenção. Por isso é preciso verificar regularmente a existência de água parada em diversos recipientes, pois esses locais são um verdadeiro convite para que as fêmeas depositem os ovos. Cuidados simples como limpar as calhas, tampar as caixas d’água e guardar garrafas vazias viradas para baixo contribuem para impedir a proliferação do mosquito.
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